Emprestem-me, um lápis para compor poemas
E enviar, à minha mãe, que dormiu e não acordou.
Não precisa de rimas e métricas nos morfemas
Basta ter as melodias, das canções que ela cantou.
Emprestem-me, um pedaço de papel, mesmo amassado
Quero redigir missivas kant, com o desalento do passado.
Emprestem-me, um pedaço do seu tempo e da sua vontade
Eu preciso escrever à minha mãe e recordar a sua bondade:
E enviar, à minha mãe, que dormiu e não acordou.
Não precisa de rimas e métricas nos morfemas
Basta ter as melodias, das canções que ela cantou.
Emprestem-me, um pedaço de papel, mesmo amassado
Quero redigir missivas kant, com o desalento do passado.
Emprestem-me, um pedaço do seu tempo e da sua vontade
Eu preciso escrever à minha mãe e recordar a sua bondade:
Sempre a protetora deslumbrante, protegia-me, desenvolta
E sinto uma ausência eterna dessas que não tem mais volta.
Eu preciso encontrar a minha mãe: não sei se dormiu ou viajou
Trago no rosto marcas de um tempo, de uma alma, que chorou.
Emprestem-me, nacos do seu olhar, ainda que seja o derradeiro
Pra clarear minhas pegadas derramadas por trilhas aventureiras
Sou saudade por inteiro de mamãe, mesmo postado ao Madeiro
Contemplo um Cristo engembrado, que por nós, morreu primeiro
A distância, a viagem sem volta, a lágrima derramada, a ida
A palavra desprovida: perdi minha mãe, abriu-se uma ferida.
A palavra desprovida: perdi minha mãe, abriu-se uma ferida.
Texto de: José Maria Souza Costa.
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