Recanto encantador de Barroquinha, Bitupitá mantém modos de paraíso de tranquilidade na vila e à beira-mar...
A
pressa é inimiga da perfeição, diz o velho ditado. Mas, o que isso tem a
ver com Bitupitá? É simples de explicar. Na praia do extremo litoral
Oeste do Ceará, a vida passa lentamente e o melhor relógio é a maré.
Homem e natureza se harmonizam numa celebração à existência. Por isso, a
praia é sinônimo de pequeno paraíso. Os nativos são poucos e usufruem
do privilégio da morada de paz e fartura. Os visitantes chegam aos
poucos e se entregam à quietude da natureza em festa.
Longas
caminhadas permitem a descoberta das modestas e coloridas construções da
vila de Bitupitá, onde todos os caminhos levam à beira-mar. Um farol
branco no alto de uma duna transformou-se num dos símbolos do destino e
orienta os intrépidos pescadores rumo ao caminho de casa.
A
beira-mar é o palco do maior espetáculo do lugar: a chegada das canoas
de velas de três punhos vindas dos currais de peixes instalados até 20
quilômetros mar adentro. A pesca é fértil e a fartura impressiona. As
embarcações chegam sempre carregadas. Tem camurupim, cioba, guarajuba,
serra, bonito, peixe-espada, arraia, cação (tubarão martelo), ariacó,
cavala, palombeta, xaréu, lagosta, sardinha e outras tantas ramas de
peixes.
O cenário é de festa na praia. O comércio é intenso e
feito ainda com o pescado nas canoas ou em carrinhos de mão. Os preços
são bem em conta e vale também troca-troca de ramas. Sorrisos atestam
bons negócios. Mas, a alegria maior é dos pescadores, que sustentam-se a
bater mourões em alto-mar, com até 13 metros de fundura, para fixar os
currais de peixes e, então, colher cardumes.
Depois, está de volta a calmaria. É hora de mais passeios, seja no mar, nas alvas dunas, nos manguezais, junto aos coqueirais. O vento sopra constante e, por vezes, altera os caminhos de areia, mas não há porque se perturbar. Dá-se um jeito. Não há quem não conheça atalhos em Bitupitá. O refrescante banho de mar nas águas mornas da praia complementa a presença prazerosa em Bitupitá e energiza o corpo para novas descobertas, como conhecer o bonito artesanato local, onde se destacam a renda de labirinto e miniaturas de jangadas.
Mas, há quem prefira ficar na praia mesmo, aproveitando para longos bate-papos com os nativos à sombra de barracas de palha a espera do espetáculo do pôr do sol emoldurado pelos verdes mares. Canoas de vários tamanhos e cores espalhadas pela areia e varais de peixes expostos para secar, bastante comuns em Bitupitá, servem de ornato durante a contemplação.
Depois, está de volta a calmaria. É hora de mais passeios, seja no mar, nas alvas dunas, nos manguezais, junto aos coqueirais. O vento sopra constante e, por vezes, altera os caminhos de areia, mas não há porque se perturbar. Dá-se um jeito. Não há quem não conheça atalhos em Bitupitá. O refrescante banho de mar nas águas mornas da praia complementa a presença prazerosa em Bitupitá e energiza o corpo para novas descobertas, como conhecer o bonito artesanato local, onde se destacam a renda de labirinto e miniaturas de jangadas.
Mas, há quem prefira ficar na praia mesmo, aproveitando para longos bate-papos com os nativos à sombra de barracas de palha a espera do espetáculo do pôr do sol emoldurado pelos verdes mares. Canoas de vários tamanhos e cores espalhadas pela areia e varais de peixes expostos para secar, bastante comuns em Bitupitá, servem de ornato durante a contemplação.
Fé renovada
Além do sol, a luz da fé também brilha em Bitupitá. A comunidade reverencia São Pedro, São José e Adelaide, cuja santidade brotou ali mesmo, há muitos anos, espalhando-se como perfume de rosas. Mulher caridosa, Adelaide viveu no lugar no início do século passado. Após sua morte, passou a ser venerada como santa e tem sua festa celebrada em agosto em torno da capela erguida em sua memória.
Natural da cidade de
Belém, na Palestina, Adelaide veio morar na região e ao morrer, em março
de 1929, teve o corpo sepultado no Cemitério de Capim-Açu, localidade
vizinha a Bitupitá. Em maio do mesmo ano, contam os devotos, Adelaide
apareceu a um jovem, pedindo que seu corpo fosse trasladado para Pontal
das Almas, praia distante seis quilômetros de Bitupitá. Ao ser
desenterrado, o corpo da mulher estava intacto e exalava perfume de
rosas, propagando-se no ar e sedimentando a fé entre os nativos. Até
hoje, junto ao túmulo de Adelaide, no Pontal, devotos depositam
ex-votos em agradecimento por graças alcançadas. O corpo do esposo,
Demétrio Tahim, repousa ao lado, no minúsculo santuário. Por sinal,
conhecer o túmulo de Adelaide e a beleza de Pontal das Almas é um
passeio imperdível, a partir de Bitupitá. Última praia do litoral Oeste
cearense e unida ao Estado do Piauí pela junção dos rios Timonha,
Ubatuba, Chapada, Carapinas e Camelo, Pontal tem forma de baía e oferece
visão privilegiada da Ilha Grande.
O Ibama proibe construções em
Pontal das Almas, bem como o tráfego de barcos a motor na região como
forma de proteger e preservar peixes-boi que ali habitam e reproduzem. O
percurso até la é pela praia e só pode ser realizado em veículos com
tração. Daí a importância de quem está ao volante conhecer bem o
movimento das marés.
A Leste de Bitupitá ficam as praias Nova e
Curimá, também pertencentes a Barroquinha. A primeira é reta e tem mar
agitado, dunas e coqueirais, abrigando uma vila de pescadores com casas
de pau-a-pique. Por trilhas, chega-se às lagoas dos Remédios e Salgada,
mas não há infraestrutura turística. Curimã é praia quase selvagem, com
mar agitado, areia batida e rochas. O melhor acesso também é pela
beira-mar em maré baixa. Mais distante, junto ao distrito de Capim-Açu,
vale conhecer as dunas do Venâncio, uma imensidão de areia branca que
lembra um deserto.
Nas rodas de bate-papo em Bitupitá, nativos e
visitantes festejam mais um dia no paraíso dourado, que ainda passa
despercebido dos roteiros turísticos oferecidos mundo afora. Mas, quem
disse que isso atrapalha algo? Melhor assim! Até porque paraísos estão
abertos a todos, mas permanecem como são, sem mudanças ou mexidas,
apenas se bem poucos puderem alcançá-los.
SAIBA MAIS
Localização: A praia de Bitupitá fica a 440 quilômetros de Fortaleza.
Como chegar:
De carro - A partir de Fortaleza, acesso pela CE 085 até Barroquinha. De lá, até Bitupitá são mais 30 quilômetros em estrada de piçarra.
De ônibus - A Expresso Guanabara (4005.1992) liga Fortaleza a Barroquinha, diariamente. De Barroquinha para Bitupitá há transporte alternativo.
Onde comer: Barracas de praia.
Prefira a Barraca do Tahin e não dispense o peixe frito.
Onde ficar:
Pousada Dunas - (85) 8834.1389
Pousada Ronco do Mar - (88) 3623.3162
Pousada Leste Mar - (88) 3263.3120
Informes turísticos:
www.barroquinha.ce.gov.br
JORNAL DIARIO DO NORDESTE
CADERNO TURISMO
FERNANDO BRITO
REPÓRTER
SAIBA MAIS
Localização: A praia de Bitupitá fica a 440 quilômetros de Fortaleza.
Como chegar:
De carro - A partir de Fortaleza, acesso pela CE 085 até Barroquinha. De lá, até Bitupitá são mais 30 quilômetros em estrada de piçarra.
De ônibus - A Expresso Guanabara (4005.1992) liga Fortaleza a Barroquinha, diariamente. De Barroquinha para Bitupitá há transporte alternativo.
Onde comer: Barracas de praia.
Prefira a Barraca do Tahin e não dispense o peixe frito.
Onde ficar:
Pousada Dunas - (85) 8834.1389
Pousada Ronco do Mar - (88) 3623.3162
Pousada Leste Mar - (88) 3263.3120
Informes turísticos:
www.barroquinha.ce.gov.br
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