sexta-feira, 15 de novembro de 2013

BRASIL TEM APENAS 43 DIAS DE RESERVA DE ÁGUA , ALERTA O PRESIDENTE DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUA




                           A construção de reservatórios é vital para a segurança hídrica do país. O alerta é do diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, que participou ontem (13) de audiência da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) no Senado Federal, presidida por Fernando Collor (PTB-AL). Segundo Guillo, o volume de água armazenado pelo Brasil hoje é muito menor que o de outros países, como Estados Unidos e Austrália.
                          Guillo admitiu o fato de muitas reservas atuais estarem sob pressão, operando para atender demandas para as quais não foram projetadas inicialmente. “A retomada de uma política de reservatórios no Brasil é crucial. Segurança hídrica é a capacidade de oferecer água com qualidade e em quantidade. Os reservatórios garantem justamente essa segurança nos eventos climáticos, na produção de energia, na navegação e até no turismo.”, explicou.
                          Segundo o diretor-presidente da ANA, o Brasil tem hoje, em média, água reservada para 43 dias. Uma vez excluídos os reservatórios de energia elétrica, haverá menos de uma semana de garantia de água. Números bem distantes dos Estados Unidos, por exemplo, que têm mil dias. “A política de dar ­segurança hídrica significa retomar a construção de reservatórios. E têm que ser reservatórios de uso múltiplo.”, defendeu.
                          Guilllo lembrou que a água não é recurso infinito, mas apenas renovável e com disponibilidade incerta, o que leva à conclusão óbvia de que o país precisa de estrutura de armazenamento que assegure a oferta no período de secas. Para José Pimentel (PT-CE), a segurança hídrica precisa entrar para a agenda política brasileira, inclusive do Congresso. Ele advertiu que, especialmente para o Nordeste, a seca vai existir sempre. “Num período de dez anos no Nordeste Setentrional, onde vivem 12 milhões de brasileiros, nós temos quatro anos de seca, dois anos de muito pouca chuva e apenas quatro anos com chuva. Isso vem desde 1930, quando o levantamento de dados começou a ser feito.”, afirmou. Pimentel chamou a atenção para o fato de que o período de chuva no Nordeste Setentrional, de março a maio, coincide com o período de seca no nascedouro do Rio São Francisco. Daí a necessidade de integração de bacias.



FONTE: Jornal do Senado

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