segunda-feira, 30 de setembro de 2013

CIENTISTAS DIVULGAM QUE PERSPECTIVAS DE ELEVAÇÃO DO NÍVEL DO MAR PODE CHEGAR A 82 CENTÍMETROS



No Ceará
                       A coordenadora do curso de Oceanografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Lidriana Pinheiro reconhece que uma elevação da ordem de 80 centímetros no nível do mar potencializaria o processo erosivo que já acomete parte da nossa costa, a exemplo do que ocorre em praias como Iparana, Pacheco e Caponga, por exemplo.
                      Segundo suas informações, o processo existente depende tanto de fatores naturais, como a flutuação no nível do mar e a própria morfologia da costa; quanto de origem antropogênica (atividades humanas), com o barramento de rios que impede o transporte natural dos sedimentos e o avanço urbano em direção à área de praias. “É claro que o foco de erosão não se dá de uma forma só ao longo do litoral. Onde tem falésia, por exemplo, é diferente de onde não tem”, explica. A professora alerta quem, diante dos prognósticos, é necessário que planos de ordenamento e gerenciamento urbanos de cidades litorâneas incluam a convivência com a erosão costeira para evitar a destruição do patrimônio material e histórico local. “As obras e expansões urbanas nessas áreas precisam atentar para os cenários futuros, mesmo que ainda haja controvérsia em relações a essas previsões na comunidade científica”, afirma.

No Brasil
                        Em nosso país, a previsão levanta uma discussão sobre o futuro de milhares de cidades que ficam no litoral. As mais vulneráveis já foram mapeadas por pesquisadores brasileiros, já que o País tem um imenso litoral com mais de oito mil quilômetros de praias. O mais completo estudo já feito no Brasil sobre os impactos da elevação do nível do mar revela que 40% das nossas praias são vulneráveis. Manguezais, dunas, áreas de baixada e cidades densamente povoadas próximas de estuários como Rio de Janeiro e Recife oferecem menos resistência ao mar.
                       Setenta e um pesquisadores assinam o relatório feito no País em 2006. O estudo detalha os impactos previstos em 16 Estados. “O Brasil tem vulnerabilidade ao longo de todo o litoral, de forma pontual”, disse o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Dieter Muhe, coordenador do estudo, em entrevista à TV Globo. Segundo o professor, já existe uma recomendação do governo federal de que toda nova construção em área urbana deve ficar a uma distância mínima de 50 metros da praia, exatamente do ponto onde termina a areia. Nas regiões desocupadas, a distância mínima deve ser de 200 metros.
                         O principal fenômeno por trás do aumento do nível do mar é o fato de que a água aumenta de volume quando está mais quente e os oceanos absorvem boa parte do calor aprisionado na atmosfera. “A expansão termal é a maior contribuição para o aumento futuro do nível do mar, sendo responsável por 30% a 55% do total, com a segunda maior contribuição vindo das geleiras”, afirma a versão preliminar do sumário político do documento. O texto destaca, ainda, que “há alta confiabilidade em que o aumento do derretimento da superfície da Groenlândia vai exceder a elevação da queda de neve, levando à contribuição positiva (aumentou do nível do mar)”.
                            De acordo com estudos mais recentes, as calotas da Groenlândia e da Antártica teriam contribuído em pouco menos de um terço da elevação do nível do mar há 20 anos. O resto se distribui entre a dilatação térmica e o derretimento das geleiras de montanhas. Nas pesquisas, leva-se mais em consideração um fenômeno insuficientemente conhecido em 2007: o deslizamento nos mares das geleiras costeiras da Groenlândia e da Antártica, detalhou Cazenave, co-autora, como em 2007, do capítulo sobre o mar do novo relatório do IPCC. Um dos problemas por trás dessas projeções, no entanto, é que o balanço do derretimento e da formação de gelo na Antártida ainda é difícil de prever.

FONTE: Diário do Nordeste



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