segunda-feira, 11 de setembro de 2017

HISTÓRIAS DE BITUPITÁ POR ODÊMIO DO PIMPIM


Os Coqueiros do Doro.

O que poderia existir de mais belo que a chegada da sombra dos Coqueiros do Doro, tocando violão ao lado da mulher amada, num dia de domingo?

Absolutamemte nada era mais belo e emocionante do que esses coqueiros para nós, adolescentes moradores do nosso querido Bitupitá.

Nós até esquecíamos quando a sombra ia simbora. Ninguém tava nem aí. O sol batendo na cara e a gente näo arredava o pé. Eu adorava quando cantava com o meu violäo a música "No toca fita do meu carro" do cantor Bartô Galeno, sucesso na época,  e a pitelzinha ficava olhando pra mim com a boca aberrrrrrrta, como se estivesse extasiaaaaada. Aquilo pra mim era fantástico.

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O proprietário de nome Doro era um comboeiro muito conhecido. Quinzenalmente ele viajava com seus jumentos para a serra da Ibiapaba: (Tianguá, São Benedito e Ubajara), levando peixes secos para comercializar nas feiras de lá, e trazia mercadorias que eram distribuídas nas bodegas de Bitupitá.
Para cada jumento que ele comprava, um pé de coqueiro era plantado. Ele foi proprietário de 21 jumentos. Todos recebiam um nome. O mais famoso de todos  era o "Canguelo", que ele vendeu para o Seu Zezim Dionísio. Esse jumento puxava de uma perna e mesmo assim,  foi responsável durante muito tempo pelo abastecimento de água nos potes de Bitupitá. Quem fazia essa gentileza era o Jasiel, sobrinho do Seu Zezim, que ganhou o animal de presente. Nessa época o principal concorrente do Canguelo era  o João Véi - ele trazia água em duas latas de querosene dependuradas num galão de mangue Canoé. A fonte de abastecimento eram as "Cacimbas da Ana do Maneco", distante, uns dois quilômetros, de Bitupitá.

Na tela, o Canguelo é o primeiro da esquerda para a direita, seguido do Sabonete, Arruda, Lourenço e Jatobá, todos vendidos para o Seu Zezim Dionísio. Os demais nomes estão no meu livro, que será lançado em breve.

Fonte de pesquisa -  Zezim Dionísio (in memória)

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