terça-feira, 20 de setembro de 2016

HISTÓRIAS DE BITUPITÁ




                Na coluna “Histórias de Bitupitá” de hoje, vamos mostrar para nossos leitores a fascinante história do navio Ruy Wanderley que veio a pique em 1972 em frente a comunidade Das Almas, hoje a nossa querida Bitupitá, um fato muito importante da nossa história que muitas pessoas da comunidade ainda desconhecem, depois de seis longos meses de pesquisa, concluímos com relatos de mais velhos, documentos antigos e testemunhas de quem estava no local no dia do acidente, e, é com muito prazer que dividimos esse momento histórico com a galera do BA. 



O NAUFRAGO DO NAVIO RUY WANDERLEY NO MAR DE BITUPITÁ


             Em meados dos anos 70, em Bitupitá existia uma comitiva de estivadores que trabalhavam intensamente com manuseio de carga, sendo uma das principais o sal, transportados pelo o rio Timonha das salinas de Chaval para navios que ficavam fundeados no mar em frente à antiga comunidade Das Almas (Bitupitá), um trabalho rotineiro que movimentava bastante a área com barcaças, onde se relatava que o sal era transportado para quase todo o Brasil.
               No final de fevereiro de 1972 entre os dias 26 a 28, chegava à costa Bitupitaense o navio de nome Minuano para receber cargas de sal, ficando fundeado em aproximadamente 5 km da praia, em uma profundidade de 10 a 12 metros, comparados nos dias de hoje seria mais um menos entre os currais de numero 32 a 40. Fundeados em alto mar aguardava os navios Alvarenga (navios de cargas tipo rebocador) com as cargas de sal transportados das salinas da de Chaval pelo o rio timonha. Um deles era o navio Ruy Wanderley que pegava sempre a estiva de “Bitu” na barra do pontal das Almas.
                Em uma tarde comum do dia 5 de março de 1972, como mar um pouco agitado o navio Minuano começava a receber carga do navio Ruy Wanderley, a contra-bordo, a carga era içada com guindastes para os porões do navio Minuano, sempre com movimentos cauteloso devido o balança do mar, nessa movimentação das ondas, os dois navios se chocavam pelas laterais, com a pressa para terminar a carga, o mestre do Ruy não se preocupou muito com as batidas e continuou, no outro lado, ficava aguardando o navio Arcos para também realizar a manobra, foi na hora que um dos guincheiros observou ondas entrando no navio sem escoar para fora, relata o mesmo para o Blog.
               Por volta das 18hs da tarde do dia 5 de março de 1972 começou a manobra de descer as cargas, segundo o guincheiro entrevistado pelo o blog, após a descida da primeira lingada a tripulação sentiu o navio descer devido à sobrecarga, com isso começaram as pressas o trabalho para retirar as caçambas de sal de dentro e evitar o naufrago, que infelizmente não adiantou, daí um dos estivadores começou a gritar “o navio esta afundando, cortas os cabos, corta os cabos” cortaram os cabos para evitar que os dois navios fossem a pique e saltaram para o resgate, que eram as canoas que pescavam no local. Já era noite quando o navio Ruy Wanderley se despedia do seu trabalho em um trágico acidente, por volta das 19hs só se via uma pequena ponta do mastro do grande Ruy.
         O Navio Ruy Wanderley naufragou no dia 5 de março de 1972 por volta das 18hs em uma profundidade de 8 metros na maré baixa e em mais ou menos na distancia de 5 km da praia, sendo hoje possível ver em um mergulho ao lado do curral de numero 32.
              O relatório do inquérito atribuiu o acidente as fortes pancadas no Minuano e considera responsável o mestre João Fagundes de oliveira e o imediato (moço de convés) José felinto da Silva por insistirem no transbordo de cargas naquelas condições, sendo representado contra pela procuradoria por negligencia e imprudência, sendo condenados a pena de multa de pagar um salário mínimo vigente a época do acidente. Mais detalhes sobre a condenação consultando o processo no tribunal marítimo no link abaixo.
https://www.mar.mil.br/tm/download/anuario/1973/6765.pdf


Entrevistados: Joab, Antônio Veras, Raimunda Luiz (esposa de estivador)



 

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