Uma bomba em forma de notícia foi lançada
no dia 2 de maio, pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). O relatório
anual sobre mudanças climáticas “Atlas da Saúde e do Clima”, que relaciona as
mudanças no clima e os eventos climáticos extremos à saúde das pessoas, alerta
para um degelo recorde no Ártico entre agosto e setembro de 2012. Segundo o
documento, o ano de 2012 foi um dos nove mais quentes desde 1850. De acordo com
o estudo, as temperaturas acima da média foram observadas na maior parte das
áreas terrestres e foram mais notadas na América do Norte, no Sul da Europa, na
Rússia (Ocidental), em áreas do Norte da África e no Sul da América do Sul.
Entre
agosto e setembro de 2012, a cobertura de gelo no Ártico era 3,4 milhões de
quilômetros quadrados, o que representa um decréscimo de 18% na comparação com
o ano de 2007, ano do registro anterior. “O aquecimento contínuo da atmosfera é
um sinal preocupante”, disse o secretário-geral da OMM, Michel Jaurrad. Ele
chamou a atenção para “muitos outros extremos” registrados em 2012, como as
secas e os ciclones tropicais. “A variação natural do clima sempre deu origem a
estes extremos, mas as características físicas do tempo e do clima estão cada
vez mais sendo moldadas pelas mudanças climáticas”, destacou. Revelou, ainda,
que o nível do mar aumentou 20 centímetros desde 1880 e que, com isso,
tempestades, como o Furacão Sandy, causam muitas inundações costeiras.
O
semiárido brasileiro, que viveu em 2012 a pior seca em 50 anos, está incluído
com destaque neste rol de anomalias climáticas mais importantes do planeta no
período, que afetou 1,1 mil municípios, um quinto de todas as cidades
brasileiras. O auge da seca foi registrado entre março e maio, com um déficit
de chuva de 300 milímetros, o que, segundo o estudo, põe em risco a Segurança
Alimentar da população. Em resumo, no continente sul-americano, incluindo o
Brasil, a onda de calor fez as temperaturas médias ficarem entre 1ºC e 2°C
acima do normal.
Segundo
Jarraud, o aquecimento mundial varia devido a uma série de fatores, incluindo
os fenômenos meteorológicos como El Niño e La Niña – que contribuem para o
aquecimento e degelo, do Oceano Pacífico, assim como as erupções vulcânicas. De
acordo com ele, “o aquecimento vai continuar”, em decorrência do aumento das
concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa (GEE). O atlas apresenta
exemplos práticos de como o uso do tempo e de informações sobre o clima podem
proteger a saúde pública e está disponível em árabe, chinês, inglês, francês,
russo e espanhol.
Fonte:
Diário do nordeste
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