Esta história é bonita de se ver.
Começa a ser tecida no encontro do rio que vem do Piauí com o mar de Bitupitá
(litoral Norte do Ceará, a cerca de 440 quilômetros de Fortaleza). Ressurge
entre coqueiros, palmeiras e a vegetação nativa das dunas. É uma história que
junta natureza e povo, o maravilhoso e o sonho. O ser e o ampliar. Impressa em
folhetos, livros, memórias e até na laje do túmulo da protagonista, a narrativa
peregrina desde a Palestina ao Pontal das Almas (atualmente, praia de
Bitupitá). Milade (para alguns, Milaide) Tahim nasceu em Belém, no dia 1º de
julho de 1882. “Isto é, na mesma cidade em que Jesus Cristo nasceu”, associa o
livreto A História de Santa Adelaide, que ciranda de mão em mão nas rodas de
calçada de Barroquinha (município que abarca Bitupitá). E não importa que
outros contem que a certidão de nascimento é de Jerusalém, o imaginário popular
voa a partir dessa coincidência do destino. Milade só podia ter nascido para
ser uma pessoa boa, assim testemunharam os antigos de Barroquinha. Ela e o
marido, Demetrio Elias Tahim, tangidos por uma guerra, aportaram naquela
paisagem depois de escapar pelos Estados Unidos. Estabeleceram-se no ramo do
comércio de tecidos, e logo Milade se tornou Adelaide no entender e no
bem-querer do povo. “Meu marido é que conta que ela era uma pessoa muito
caridosa. Dava esmola com prazer, tirava uma fazenda e dava pra pessoa”, repete
Cândida Batista da Silva, 75. “E livrava ele (marido de dona Cândida) das
peias, quando a mãe dele queria açoitar... Ela dava o peixe e ainda perguntava:
‘Vocês têm farinha pra comer?’. Conto a história como me contaram”, arremata.
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