O avanço das dunas no
distrito de Bitupitá, no município de Barroquinha, continua preocupando a
população. Segundo o ambientalista Jorge de Moura, que é secretário executivo
do Pacto Ambiental da Região dos Inhamuns e Sertões de Crateús (Parisc), o
avanço das dunas tem aterrado lagoas, plantas rasteiras e até árvores, além de
estradas da região, prejudicando o acesso a algumas localidades. O maior temor
da população é que no futuro ocorra o isolamento do distrito. O avanço das
dunas é ocasionado pela ação dos ventos, processo natural e típico da região
litorânea do Ceará. De acordo com Jorge de Moura, o deslocamento das dunas está
ocorrendo com muita velocidade, e como vem aterrando olhos d-água, árvores e
plantas rasteiras, está afetando diretamente a diversidade local. “Se não
existe água e alimentos para aves e outros animais, a tendência é que esse
desequilíbrio aumente ainda mais“, aponta.Ainda assim, na avaliação dele, a
gravidade se torna maior pelo prejuízo econômico e social que o avanço das
dunas pode causar, se o distrito ficar isolado. Na opinião dele, a solução a
médio prazo seria a plantação de oliveiras sobre as dunas. “No bairro de
Barroquinha, essa espécie é comum. Além disso, tem o crescimento rápido, os
frutos servem de alimento para aves e até para o homem“, disse. Para ele, as
oliveiras ajudariam a barrar o desequilíbrio ambiental.O problema já é antigo.
Há pelo menos uma década, essa situação foi prevista pela Prefeitura, diz
Moura, mas até hoje nenhuma providência efetiva foi tomada. Ao longo dos anos,
a situação vem se agravando. Para ele, o Município conta com poucos recursos e
não tem condições de fazer um trabalho de recuperação da sua flora e fauna.
“Chegamos a um momento crítico. Ou o Estado intervém diretamente com o Governo
Federal ou, infelizmente, Bitupitá, daqui a alguns anos, vai ficar só na
lembrança e só vamos visitar através de fotografias“, lamenta.
FONTE: Barroquinha Noticias
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