A ministra do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, informou que, em
2012, os recursos aplicados pelo governo no programa Bolsa Família atingiram
0,46% do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com dados da sua pasta, o
orçamento para o programa alcançou R$ 20 bilhões no ano passado. Para 2013,
esse montante deverá subir para R$ 23,9 bilhões. "É uma ninharia o que se
gasta com o Bolsa Família no Brasil", comentou o diretor da Escola de
Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Yoshiaki Nakano, ao
lado da ministra, logo após ela ter proferido aula magna na instituição de
ensino.
Ele afirmou que,
em 1979, foi trabalhar no grupo Pão de Açúcar, onde foi incumbido de montar o
departamento econômico. "Certo dia, o Abílio Diniz me perguntou quanto
seria preciso gastar para acabar com a miséria no Brasil", relatou.
"Fiz os meus cálculos, e na época seria necessário algo entre 1% e 1,5% do
PIB", relatou.
De acordo com a
ministra, como o Bolsa Família atende um universo de 50 milhões de pessoas e
conseguiu reduzir em 89% a extrema pobreza no País, segundo dados do Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o programa é muito eficiente.
"Estamos exportando essa tecnologia social para outros países, sem
contrapartidas, como compra do nosso etanol", afirmou. "Não temos
problemas de verbas contingenciadas. Ao contrário, o ministério da Fazenda nos
deixa à disposição caso precisemos de recursos para atender essa prioridade do
governo da presidenta Dilma Rousseff", afirmou, sorrindo para o secretário
de Política Econômica, Márcio Holland.
A ministra lembrou
que ainda existem cerca de 700 mil famílias no Brasil que vivem em condições de
extrema pobreza, ou seja, que registram uma renda per capita inferior a R$
70,00 por mês. "Mas temos o objetivo de, até o final do mandato da
presidenta Dilma Rousseff, que esses quase 2,5 milhões de pessoas poderão ser
beneficiadas pelo programa Bolsa Família", disse Tereza Campello à Agência
Estado.
De acordo com a
ministra, há uma grande dificuldade de encontrar as famílias que vivem na
condição de extrema pobreza. "Elas não estão no interior, mas sim nas
grandes cidades, em pontos tão distantes que não conseguem ter acesso às
informações relativas ao programa", destacou. Segundo o ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 22 milhões de famílias cadastradas no
Bolsa Família viviam na situação de extrema pobreza. Esse número foi reduzido
ao longo dos dois anos do governo Dilma e agora não há família vinculada ao
programa que está nesta condição. "Agora vamos buscar o fim desse
problema. Se serão 700 mil, 650 mil ou 600 mil famílias somente o cadastro, o
trabalho de campo vai mostrar isso", afirmou a ministra.
FONTE: YAHOO
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