domingo, 6 de maio de 2012

LESTE MAR, O BAR DAS MIL FACES

                  Bar Leste Mar. Bitupitá, onze da manhã. Eu estava ali, naquela rede de tucum, ao lado do meu irmão Antônio José, vigiando a chegada das canoas que vinham da Maré. A Flor do Mar do curral Rio Grande, que pertencia ao seu Zeca Dionísio, cujo comandante era meu pai, o seu Pimpim, já tinha dado o ar de sua graça: salpicava lá embaixo as dunas do Pontal. A marezada era de Xaréu. Os garajauzeiros que iam passando no rumo das Pesqueiras deixavam marcas de seus pés descalços, pinicando a estradinha de areia. Vi o João Véi amolando uma faca Americana, um luxo na época. Corria à boca miúda, que ele teria trocado por duzentos "garguelos" de camurupins, na bodega do Chico Américo. De repente levei um susto danado. O Leste Mar ficou praticamente vazio, não sobrou ninguém. Corri também. Depois fiquei sabendo que o Miritiba armado com uma peixeira desse tamanho, queria tirar o coro do meu irmão. Só por causa de um grito que ele deu:- amanhã eu vou! O Miritiba odiava esta frase. Minutos depois tudo voltou ao normal. - Ufa!

AUTOR: Odêmio do Pimpim

Nenhum comentário:

Postar um comentário