domingo, 1 de abril de 2012

3ª OBRA- CANGUELO X BORBOLETA


                                           O grande público em frente à casa da Chica Pianca fez muita gente caprichar no visual. As sandálias "Pisa na Fulor" e a brilhantina "Flor do Vale" eram o que mais se via, afinal, o duelo entre os melhores repentistas da região estava prestes a começar. A sala, com apenas dois banquinhos de madeira e uma bacia de alumínio, com duas moedas só para chamar atenção, é aberta para a multidão. O grito da Lurdes Pianca traduzia o tamanho da expectativa que pairava sobre Bitupitá: - Óia a fila! Ramo entrando! Mas, nem tudo era tranqüilidade, muita gente sabia o que os dois aprontavam, principalmente o Borboleta. Quando ele desconfiava que a derrota estava se aproximando, apelava para o ponto fraco de seu oponente, chamando-o pelo apelido de Canguelo, aí o "pau cantava". A multidão se revoltava e quebrava tudo. A Chica Pianca desconhecia esse detalhe. Resultado: depois da confusão eu a vi saindo com um pote vazio no ombro, cheirando a querosene, no rumo da casa da Claudete Pinto, seguida por curiosos... e eu atrás.

                                                      AUTOR: Odêmio do Pimpim

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